Goiânia, 07 de setembro de 2010.
Caro leitor, com imenso saudosismo que sinto falta da época que me via em uma cidade cheia de afeto e de atenção. Via-me como um ser que tinha tempo para dar um bom dia ao padeiro, ou até mesmo para pedir um copo com açúcar ao vizinho para fazer um bolo. A cidade sabia da minha existência.
Hoje, não sobra mais tempo pra isso, e muito menos ela sabe que estou lá. A cidade me percebe apenas como mais um insano em seu corre-corre do dia-a-dia. E eu, em contrapartida não percebo mais o padeiro, ou meu vizinho...e o que é pior, nem sei mais sei se eles estão lá, pois talvez eles também tenham sido engolidos pela cidade, onde ninguém sabe quem e quem e nada mais é o que parece.
Marcio Aguiar
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